quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O DESENHISTA MAIS FAMOSO DO MUNDO GAY-TOM FINLAND.

Com um traço perfeito e uma anatomina de tira o folego  lembramos Tom:
O nome real de Tom of Finland é Touko Laaksonen. Nasceu na costa sul da Finlândia, e Maio, em finlandês, chama-se Toukokuu.
Seus pais eram professores de escola e educaram Touko numa atmosfera de arte, literatura e música. Obviamente com talento, aos cinco anos o menino  ja desenhava tiras em quadrinhos. Ele amava a arte, a literatura e a música, mas amava ainda mais aqueles homens rudes.

1920-1991 o desenhista


 foi para a escola de arte em Helsinki, para estudar propaganda;Na época de sua morte, em 1991, Laaksonen – que ficou publicamente conhecido como Tom of Finland – tornou-se um dos artistas mais importantes do século 20 a trabalhar com pornografia. Ele alterou os limites da iconografia homossexual e foi celebrado pelas comunidades gay e hétero fetichista na mesma medida. Se algum ícone nasceu para inspirar um perfume da maison Etat, esse alguém foi ele.

Em 1973, ele pediu demissão da agência de publicidade McCann-Erickson em Helsinki para se tornar artista em tempo integral. Ou pornógrafo. Ou ambos, depende do seu ponto de vista. Seus motoqueiros sessentistas em seus habitats, vestindo jaquetas, calças e bonés de couro – geralmente em atitudes sexuais explícitas, às vezes anatomicamente impossíveis e não poucas vezes tão engraçadas quanto eróticas – tudo isso demonstrava a sensibilidade artística única ao usar um assunto tabu ou um desejo sexual de um homem que simplesmente se mostrou capaz de desenhar.

Tudo isso posto, a fragrância Tom of Finland da Etat é inesperada de várias maneiras. É um couro manipulado com precisão: sombrio, com indicações que foi chamuscado, com toques esfumaçados, ao mesmo tempo belo de alguma forma. Em termos comparativos, Kelly Calèche, uma das obras olfativas menos apreciadas na história, também tem couro, embora agradável, amaciado por flores e pelo sol. O couro de Tom foi exposto a cigarros demais no covil do motoqueiro e encostou em muitas banquetas de ferro manchadas de suor para ser considerado agradável. Tampouco é doce. Mas esses bancos deixaram ali um leve cheiro de madeira, um cheiro fresco e natural de floresta. E em algum lugar, de algum modo, algumas flores também deixaram traços de seus cheiros. O homem que usa Tom of Finland pode ser um motoqueiro às 2 da manhã. Mas pode também ser um florista às 10 da manhã. Quem poderá saber? Coisas estranhas podem acontecer.

Tom é quase que perfeitamente calibrado para combinar com o estilo de Laaksonen. Mas não é um cheiro pornográfico. Tampouco é chocante ou espelha outra realidade. Ele expressa o estilo de um artista que brincava com imagens – não importa quão obscenas elas podem ser – e que as misturava com piscadelas. É possível sentir o cheiro da paixão que Laaksonen sentia pelo mundo que criava, dos fetiches que ele amava e de sua orientação sexual. Mas é possível também sentir o cheiro de seu senso de humor.

Tradução: Erika Brandão.

Um comentário: