Em 1939, surgiu a revista Gibi. A rigor, a palavra significava "moleque" e ficou tão popular entre seus leitores que emprestou seu nome para designar todos os tipos de HQ no Brasil.
Na década de 40, a editora Brasil-América (EBAL), fundada em 1945 por Adolfo Aizen, intensificou a produção dos “comic books”. Entre seus títulos, está a Edição Maravilhosa, quadrinização de romances clássicos brasileiros, com desenhos de André Le Blanc. Nessa época, destacaram-se as revistas Gibi Mensal, O Gury, O Lobinho e Globo Juvenil Mensal.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os quadrinhos se difundiram bastante no Brasil, em especial a charge. Iniciou-se na época uma grande campanha contra as HQs no mundo todo, e o Brasil também adotou essa postura negativa, dificultando a produção das revistas em todo o país.
A partir de outros meios de comunicação, como o rádio, a TV e até mesmo o circo, começaram a surgir alguns personagens que reimpulsionaram a venda das HQs no Brasil. Do rádio vieram os personagens Vingador e o Capitão Atlas, de Péricles do Amaral. O mesmo aconteceu com Jerônimo, o Herói do Sertão, uma novela de rádio criada por Moisés Weltman. Da TV, Oscarito e Grande Otelo também acabaram passando para as tiras dos quadrinhos, assim como as aventuras do caipira Mazzaropi.
Acervo da Gibiteca Municipal de Curitiba |
Capa da edição rara da revista Flash Gordon brasileira de junho de 1968. |
A década de 60 foi dominada pelas HQs de terror. Em 1963, o Brasil possuía 37 revistas do gênero. A produção americana foi intensa, chegando ao país em 1961, com Terror Negro, da editora La Selva.
Surgiram as revistas O Estranho Mundo de Zé do Caixão, Histórias Caipiras de Assombração, Histórias que o Povo Conta e Sexta Feira 13. Mas a censura acabou com o gênero no país, pois, a partir de 1972, passou a exigir a leitura prévia das revistas.
O Brasil sempre enfrentou a produção de quadrinhos internacionais, principalmente dos heróis que desembarcaram por aqui na década de 40, como Batman, Fantasma, Mandrake e Flash Gordon. Depois disso, as grandes editoras americanas, a Marvel (dona do Homem-Aranha e X-Men) e a DC Comics (Super-Homem e Batman) acabaram por dominar o mercado nacional de gibis. Recentemente, outro tipo de HQ também começa a fazer um tremendo sucesso por aqui: são os mangás, gibis baseados em quadrinhos japoneses com pouco texto e muita ação. Normalmente, há desenhos animados baseados nas histórias, como Dragon Ball Z e Transformers.